Almejar a arte da escrita como os Grandes Poetas fizeram é uma utopia
para mim.
Humildemente baixo a cabeça e reconheço que sou apenas aprendiz e não
mais do que isso.
Mas, é nesta condição de aprendiz, que cresço e sou feliz.
Regozijo com as palavras e as formas que elas vão ganhando e, que
soltas pelo papel, escrevem o que lhe apetece. Eu, apenas seguro na pena que
tem vida própria.
Vou juntando as palavras, tal como junto as cores. Não sei o resultado
final, mas a esperança de que algo dali sairá. O resultado não é o que me
importa, mas a felicidade do meu coração.
E isto sim é como eu brinco.
Poderia começar com umas palavras soltas, talvez bonitas, outras menos
coloridas, que quem as ouve, vai amá-las da mesma forma.
Para um coração palpitante, não fazendo caso da idade, o olhar é o seu
primordial alimento. Com ele, vemos o mundo como um dia os Poetas o viram.
Cada palavra é um novo olhar, uma nova descoberta, de uma tão grande
panóplia de sensações, que sorvemos até à última gota. Como se dela, dependesse
a nossa sobrevivência.
O dom da palavra é usufruto de todos nós. Basta apenas usar uma gota,
que depressa todos nos tornamos poetas. Não precisamos de ser bons ou dominar a
sua arte. Suficiente, é aquele que põe no que faz, o seu coração. Vê com ele, o
mundo que se abre diante de si.
As barreiras são meros objectos que são ultrapassáveis durante a nossa
caminhada.
Uma mesma língua é escutada por todos, mas só alguns a ouvem. E, esses
são possuidores da eterna sapiência.
Podia ficar toda uma eternidade a escrever, mas confesso que não estou
inspirada e a pena teima em não avançar.
Dar-lhe-ei tréguas e quem sabe, com um novo dia, o coração ouça o que
teimou em não escutar hoje…. J
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